08/08/2006

Moacir Santos reforça a Orquestra Celestial



A vida é assim, a gente mal descobre uma fonte de inspiração e, pimba!, lá vai ela embora. Moacir Santos, o Maestro, foi escalado por Deus para animar a festa no paraíso. Re-edito, agora, um texto que publiquei no final de julho sobre esse tótem da música brasileira:

Às vezes descubro-me como sinal da indigência da cultura local (um entre outros, of course). Explico-me: Só em 2002, quase quarenta anos depois do êxodo do camarada, fiquei sabendo da existência do excepcional músico Moacir Santos. Foi nesse ano que eu encontrei o disco Ouro negro por um preço, à época, bastante acessível (uma bela produção em homenagem ao pernambucano, patrocinada pela Petrobrás - enfim, restou-me a dúvida: se o título do disco era uma homenagem ao Moacir ou à Petrobrás). Um colega mais rodado (creio que foi o Acir, do blog contraovento) falou-me do disco Coisas que, catapultado pela homenagem, havia sido relançado e eu rapidamente dei um jeito de adquiri-lo. Recentemente, outro festejado lançamento: Choros & alegrias, que, agora, soa como uma doce despedida deixada pelo mestre. Segundo consta nos seus dados biográficos, parece que o camarada respirou música desde o seu nascimento. Como sempre acontece, o nordestino rapidamente conquistou o sudeste (deu aula pra deus e pro mundo), fez trilhas sonoras para filmes laureados e, por fim, picou a mula pra estranginávia, destino de boa parte dos nossos grandes músicos. E foi lá fora que ele gravou um disco impressionante (mantém uma sonoridade híbrida, fruto dos trópicos e do canibalismo daquelas tribos que povoavam a sua região natal acrescido da técnica erudita e do jazz ianque): Maestro, lançado pela Blue note em 1972. Um monte de músicos se alternaram na gravação das faixas (Frank Rosolino, Joe Pass, Clare Fischer, Sheyla Wilkinson [que divide os vocais com o vozeirão de Moacir em Nanã] e por aí vai - a ficha técnica não dá o nome de todos que participaram das gravações). Como de praxe, deixarei algumas faixas (dos discos que possuo) no Gramophone by Salsa.

4 comentários:

John Lester disse...

Eu conheci o maestro em 1994, assistindo a um programa na TVE. Tenho a gravação da coisa em VHS. Vou tentar colocar no You Tube e disponibilizar para os amigos navegantes.

Anônimo disse...

Salsa, não to conseguindo ouvir as faixas do Moacir!!!

Salsa disse...

Agora está rolando. São sete faixas, uma para cada dia da semana.

Anônimo disse...

Paraíso é um pedacinho do céu descrito por Moacir. Beleza.