...E o ouvido de quem quer que seja que já tenha escutado Billie Holiday cantar, que você tem o registro da voz muito próximo do dela (falta-lhe, contudo, aquela dose a mais que Billie sabia como ninguém administrar). Eu acrescentaria, se você fosse um vinho, que é perceptível umas pitadinhas de Julie London no retrogosto (êpa!). Mal nenhum nisso, pelo menos para mim. Eu me pergunto, no entanto, se Billie cantaria as mesmas canções que você canta (quanto a Julie, eu não tenho dúvida: ela cantaria), ou se se permitiria participações em discos como Got You on My Mind, capitaneado pelo guitarrista, gaitista, sanfoneiro, arranjador e o escambau a quatro William Galison (cujas incursões solo são fracas). Independentemente de qualquer comparação, Madeleine Peiroux, o seu jeito de cantar é cativante: sem gritos ou quaisquer tipos de apelos aos quais muitos recorrem para parecerem que cantam. Além do cd citado, eu tenho mais três: Dreamland, Careless Love e Half the perfect world, o seu último lançamento. Em todos eles, o seu jeitinho cool de cantar é bem explorado e bem embalado por arranjos sempre bastante contidos (minimalistas), e algo híbridos entre o pop (dominante) e o jazz (pitadas), tão em voga entre a maioria dos intérpretes atuais. O problema é que isso acaba propiciando uma excessiva similaridade entre eles. Assim sendo, é melhor ouvir um de cada vez, com um bom intervalo entre cada audição. Deixarei três faixas (mais jazzificadas) no Gramophone by Salsa para as abalizadas opiniões do nosso especialista convidado, mr. Predador e dos eméritos Reinaldo e João Mazzi (sempre dispostos a vivenciarem novas experiências sonoras).
3 comentários:
Grande pedida Mr. Salsa. Nesse blog realmente faltam vozes que, tristemente confesso, não me fazem falta. Acredito que os sábios quase não falam. Mas há exceções. Vc sabe que adoro Lady Day, com Pres então...
A Madeleine merecia uma resenha sim. Valeu. Só acho que vc poderia ter deixado claro que é no blues que ela nos arrebata realmente. Jazz mesmo... Talvez esteja aí o pequeno abismo entre Mad e Billie.
Ou não.
É verdade, mr. Lester. Mas, creio eu, que além da música, falta alguma quilometragem para a jovem. As experiências da vida garantem aquela dose a mais na interpretação. Assim sendo, Billie é única, do mesmo modo que Mad.A primeira, porém, mantém-se imbatível.
Semelhança de emissão vocal a de Billie Holliday e só.. Bonitinha, mas não chega nem aos pés de Lady Day. Arranjos musicais sofríveis.
Agradável a aparencia da moça, mas isto são outros quinhentos. Para o jazzófilo tradicional madame Peiroux é apenas mais uma no universo musical.
J.L.Mazzi
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