07/06/2007

Dr. John

Quando eu ainda era um assíduo ouvinte de rock'n'roll, comprei uns discos de um camarada muito estranho, que fazia um som que me soava ídem: Dr. John. Creio que ele bem poderia fazer parte do grupo The Englishman & The Mad Dogs (e possívelmente deve ter tocado com eles - destaquemos que um dos membros do citado grupo era um compositor/pianista também pirado - Leon Russell, que nos legou as fantásticas baladas This masquerade e A song for you). Não chamaria Dr. John de músico de jazz - nem creio que ele estivesse preocupado com isso - mas me agrada sobremaneira a irreverência com que ele trafega pela música, permitindo-se experiências e releituras de tudo que lhe agrade. Irreverência que é marca de todas gerações que ousaram chamar a música de meu amor e fizeram-na descer do pedestal idealizado (que impede ousadias mais libidinosas com a deusa) e permitiram as pessoas assobiarem, bolinarem, dançarem, cantarem nos chuveiros. Irreverência que o homenageado do disco que estou ouvindo - Duke Ellington - compartilhou ao seu tempo, ao enveredar-se pelo swing, em contraposição à caretice das orquestras do período. No cd Duke elegant, nosso pianista/organista underground se diverte com o repertório desse ícone do jazz, impondo um groove que fará os puristas cerrarem os dentes de repulsa. Balancem, pois, ao som de Don't get around much anymore e It don't mean a thing (if you ain't got that swing). Para ouvir, clique sobre os nomes e digite jazzseen.
Para os Gringos, o comentário do Allmusic:
Duke Elegant certainly wasn't the only tribute to Duke Ellington put out in honor of the 100th anniversary of the legendary bandleader, nor was it even the first time Dr. John had tackled his material. But it would be hard to find a better homage than this one. Dr. John proves a surprisingly good match for Ellington's material, placing a tremendously funky foundation under the composer's tunes. The sound is dominated by the good doctor's incomparable New Orleans piano and organ, naturally, and the best tracks are those whose melodies are carried solely by his keyboard work, such as instrumentals "Caravan" and "Things Ain't What They Used to Be." The vocal cuts are fine — his takes on the Ellington ballad "Solitude" and especially the dreamy, elegant "Mood Indigo" show off Dr. John's uniquely expressive voice as well as any of his early-era recordings — though he occasionally tends to approach self-caricature, as on "It Don't Mean a Thing (If It Ain't Got That Swing)." Any weakness, however, is more than made up for by the closing rearrangement of "Flaming Sword," one of three Ellington rarities here. Dr. John transforms the instrumental into a luminous, gorgeously melodic display of Professor Longhair-style piano over an astonishingly sexy New Orleans funk rhythm. Ultimately, Duke Elegant holds up both as an innovative twist on the Ellington songbook and as a solid Dr. John album in its own right.

8 comentários:

John Lester disse...

Sem dúvida que o menino é ignípede. Mas não chegaria à minha estante.

Anônimo disse...

Ignípede?!? menino levado da breca! Roqueiro de boa estirpe, mas roqueiro.

Anônimo disse...

Salsa, toque essa versão de don't get around. Sucesso garantido.

Anônimo disse...

Sensacional!

Anônimo disse...

Mr. Salsa:
http://www.youtube.com/watch?v=4bqrkIP6lj4

Anônimo disse...

Bacana...

Salsa disse...

Valeu, Manuela. Eu conferi. Quem deve curtir Dr. John é o pianista Sérgio Gomes (português radicado em Vitória), que daqui a pouco estará tocando comigo no Don Oleari.

Anônimo disse...

...Gente fina!Eu estou bem longe... mas seria bem legal vê-los tocar... Que sabe um youtube para os leitores qualquer hora dessas? rs
Abração Mr.