Num país onde proliferam bispos macedos, paulos coelhos e padres marcelos, nada mais saudável que o furibundo, incisivo e corajoso livro de Richard Dawkins, Deus, Um Delírio, lançado pela Cia. das Letras pelo dízimo de R$54,00 (depois, por azar ou castigo, achei por R$43,00 na Siciliano). Se você simpatiza com as idéias de pessoas como H. L. Mencken, Bertrand Russell e Woody Allen – bastante citados por Richard – é certo que vai se identificar com o livro. O autor estabelece forte apoio ao ateísmo, combate a irracionalidade da fé e denuncia o grande mal-estar que as religiões causaram e causam à Humanidade – guerras, torturas, fanatismo, injustiça, tudo em nome de um Deus que não joga dados como diria Einstein. O livro também se constitui numa bandeira quase solitária contra os absurdos verificados recentemente, aonde fanáticos religiosos, fundamentalistas ou não, vêm combatendo a análise científica da evolução das espécies – veja nos EUA a ação dos designers inteligentes – ou explodem prédios por causa de uma charge de Maomé. Talvez eu mesmo seja assassinado por ter postado esta resenha, quem sabe? Como num manifesto, Dawkins nos convoca a abandonar uma doutrina baseada em fatos inexistentes ou pouco prováveis, onde um conjunto de crenças tolas e nocivas têm historicamente produzido atraso, concentração de poder, dor e desigualdade social. Se nós – agnósticos, ateus e racionalistas – não temos tido coragem e independência suficientes para expormos claramente nossas opiniões sobre fé, religião e deuses, Richard teve e perguntou: quem criou Deus? E, ainda hoje, encontro pais orgulhosos de sua enorme prole, isso num mundo superpovoado com 6 bilhões de pessoas, tudo porque é preciso crerscer e multiplicar. Que tal adotar? Que nada, precisamos mostrar nossa virilidade fazendo filhos. Agora, educar que é bom...
15 comentários:
Lester, por favor, pare com isso. Todo mundo já sabe que esse livro é a sua auto-biografia-não-autorizada escrita-por-você-mesmo. Estamos passando por uma dura batalha judicial na qual Lester afirma que ele mesmo jamais poderia fazer tais declarações. (Richard Dawkins não passa de um dos seus inúmeros alter-ego).
Viva a esterilização em massa!
Deus é uma marca das mais felizes. Mais até que Shell, Coca-cola e Miojo. Infeliz do homem que a inventou e não se deu conta da urgência de se patentear.
bravo john lester!!!
esse assunto é mais espinhoso q miles davis... rsrsrsrsrsrs!
vinicius
Antropologia,Filosófia,Teologia,precauções em fazer um seguro de vida, densidade demográfica, incidência criminosa.E agora o que mais?Qual o sentido da vida?Edú
Oi John, adorei o seu blog.
Um abraço!
Não mexa com o véio, cara.
Assim como a noite, ele tem mil olhos.
Quem vai adorar é o oftalmo.
Num tô dizendo? Lester pegou essa de primeira e mandou lá na forquilha. Forte candidato para redator da fase de frases eruditas e bem-humoradas de Lula.
Putz, eu homenageio Coltrane e JL sacaneia.
Quem não tem colírio...
Dizem por aí que Paulo Coelho é um mago de verdade, pois ele consegue transformar merda (suas idéias) em ouro.
Prezado João, desconfio de que Paulo não está sozinho rs.
Você já leu Nazarian, o aprendiz de mago?
JL.
Ainda estou na pág. 200 do Deus, Um Delírio. Mas percebo que Richard Dawkins ignora completamente Zecharia Sitchin e Erick Von Daniken. Que pena! Esta obra perde 50% de seu valor por isto.
As teses de Erick Von Daniken e de Zecharia Sitchin permanecem incólumes e podem co-existir com qualquer uma das outras teses = da Criação ou da Evolução. É incrível que o autor de Deus, um Delírio, não conheça referidos autores. Por este motivo concordo que o valor de Deus, Um Delírio, cai pela metade.
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