Apesar da decoração afetada e exótica do restaurante, a noite não poderia ter sido melhor para um amante do jazz e do vinho. Mais tarde, conversando com Sarah após o show, descobri que ela nasceu em Louisville, Kentucky, em 1928. Aos sete anos, começou a tocar piano de ouvido e, em pouco tempo, já estava tocando na igreja Batista onde seu pai era pastor, daí a forte influência do gospel em sua música. Logo em seguida, Sarah formou-se em música, adquirindo uma sólida formação, coisa não muito comum para os músicos de jazz da época. Mudando-se para Chicago na década de 1940, foi por lá que seu interesse pelo jazz se acentuou, sobretudo quando ouviu Earl Hines tocando num hotel onde seu cunhado trabalhava. Continuando os estudos, dessa vez na Fisk University, Sarah começa a tocar em público, seja em piano solo, seja em trio ou em seu quarteto só de mulheres. Durante cinco anos Sarah liderou o Syncoettes, com Lula Roberts (ts), Vi Wilson (b) e Hetty Smith (d). Encorajada por Wild Bill Davis, Sarah passou a tocar o Hammond B3 em clubes do Brooklyn e, com o sucesso, chegou a tocar no Apollo Theatre, o mais famoso clube do Harlem.
Segundo confirmei com John Lester, Sarah continua tocando regularmente em New York (Chez Josephine e Novotel) e participando de festivais, como o de Newport, Newark e o Big Apple Jazzwomen. Apesar de hoje ser mais conhecida como organista, seu estilo ao piano é sutil, econômico e repleto de swing. Para os amigos navegantes, deixo a faixa Love Sweet Love, gravada em 1952 para a Vee Jay (King). Até a próxima!LoveSwee.mp3 |
9 comentários:
Repararam como várias das jazzistas que por aqui aportam gostam de tocar órgão?
Willow weep for me, uma canção gravada por centenas de jazzistas,foi composta por uma mulher: ann ronnell (a grafia deve estar errada). Vocês conhecem outra coisa de sua autoria?
Beleza de resenha Mr. Scardua. Só no Jazzseen mesmo!
Salsa,
Não seja chauvinista.
Toca bem a menina, valeu.
O mundo é das mulheres, ainda bem, Melba Liston, Shirley Horn,Maria Schenneider,Geri Allen,Renne Rosnes(minha pianista predileta),Dianna Krall...Uma infinidade de sras ou srtas, porém , talvez por absoluto machismo e ausência de uma sensibilidade mais delicada(feminina) consigo identificar poucos trabalhos deslumbrantes de cada artista.Se muitos não passam de três por artista, no máximo.Parece q tudo fica bom, mas previsível e automatizado.Faltam arrobos e ímpeto.Edú
Gostaria de saber, enquanto essas menininhas quebravam o pau, quem, quem, ia pra cozinha ? Elas deviam ser solteironas. Por isso são lendas do passado. Perguntem ao Duke Ellington, no centro espírita, o que ele acha disso ?
Interessante resgate de um jazz que nunca tivemos oportunidade de conviver. Como � bom viver essas facilidades de hoje, quanto conforto para nosso esp�rito.
Agora, Lester, d� uma filtrada nesses coment�rios abobrinhas como outros o fazem. Short is life.
Por essas e outras é que eu sempre dou uma passada pelo Jazzseen, disparado o melhor blog de jazz do Brasil.
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