29/09/2009

Meet Mr. Gordon

Não há muita informação disponível sobre o saxofonista barítono Bob Gordon, nascido em St. Louis no dia 11 de junho de 1928. Em 1948, Bob segue para a California, onde estuda no Westlake College of Music. Com sólido domínio do idioma bebop, o que lhe fornecia um sopro incisivo e criativo, Bob foi um dos melhores baritonistas do estilo West Coast, embora seu fraseado estivesse no extremo oposto ao fraseado estabelecido por Gerry Mulligan, o mais influente sax barítono da região. Em 1949, após trabalhar com Shorty Sherock e Alvino Rey, respectivamente em 1946 e 1948, Bob realiza com a 17 Beboppers, banda do baterista Roy Potter, sua primeira gravação como sideman. Produzidas pelo pequeno selo californiano Knockout Records, as gravações masters foram destruídas num incêndio, restando apenas algumas cópias guardadas por Potter que, infelizmente, nunca foram lançadas em lp ou cd. Entre os integrantes dos 17 Beboppers destacam-se Art Farmer, Russ Freeman, Joe Maini, Jimmy Knepper e Leroy 'Sweetpea' Robinson, saxofonista alto que, pela técnica e fluidez, costumava ser confundido com Eric Dolphy, este também um dos integrantes da banda, com a qual gravou uma única vez. Infelizmente, Leroy foi assassinado a tiros pela esposa e Porter sofreu um grave acidente de carro, resultando na internação hospitalar de vários integrantes da banda. Estas informações sobre a primeira gravação de Bob, prestadas pelo discógrafo Gerard Hoogeveen, entram em confronto com outras fontes que afirmam que a primeira gravação teria sido com Tony Ortega ou, segundo Leonard Feather, com Shelly Manne, em 1951.

Mas o que conta é que, a partir de então, Bob trabalha e participa de uma série de gravações com os mais importantes músicos da Costa Oeste, entre eles Chet Baker, Shorty Rogers, Red Norvo, Pete Rugolo, Bill Holman, Jack Montrose, Tal Farlow, Stan Kenton e Maynard Ferguson. Em 1954, algumas semanas antes de gravar com Clifford Brown, Bob grava para a Pacific Jazz seu primeiro álbum como líder: Meet Mr. Gordon (ouça aqui a faixa título deste excelente trabalho), recebendo da revista Downbeat o New Star Award para saxofonista barítono. No dia 28 de agosto de 1955, quando se dirigia a San Diego, onde se apresentaria num concerto com a banda de Pete Rugolo, Bob sofre um acidente de carro, morrendo aos 27 anos de idade. No encontro com Bob estão Paul Moer (p), Red Mitchell (b) e Shelly Manne (d). As composições e arranjos são de Jack Montrose. Moral da estória? Nunca deixe sua esposa andar armada e jamais conduza seu veículo tocando saxofone barítono.

10 comentários:

Érico Cordeiro disse...

Mr. Lester,
O gatilho mais certeiro do Espírito Santo e adjacências.
Na mosca!
Deu vontade de revirar meus discos de West Coast prá ver se encontro algo de Mr.Gordon.
Confesso que não conheço nada dele, pelo menos não de cabeça, mas é bem bacana o som postado.
E como a sonoridade dele difere do Gerry Mulligan mesmo - há uma forte influência do swing em sua execução.
E de primeira o piano de Mr. Moer - também não o conheço.
E a zaga é de primeiríssima!
Abração!

Salsa disse...

Nem eu, Érico, nem eu. Talvez possamos até tê-lo como sideman, mas não como líder. Valeu a bela dica, Lester.

Sergio disse...

Seu João Lester, antes de tudo, obrigado. 3 visitas no mesmo dia na casa sônica é muito mais q podia esperar, quando acordei pra mais um dia cinzento no meu Rio de Janeiro – pra virar Sampa, no clima, só ta faltando a garoa. A deselegância discreta já aportou por cá há mais tempo.

Anfã, lembras desse texto?

“Com suas bochechas rosadas nascidas na Yugoslávia de 1931, Dusko estudou trompete na Academia de Música de Belgrado. Na década
de 1950 já estava no festival de jazz de Newport, de onde seguiu para Berklee, reforçando seus estudos. Como costumavam fazer os melhores alunos de Berklee, Dusko foi tocar com Maynard Ferguson e Woody Herman. Voltando à Europa, tocou com Sal Nistico, Slide Hampton e Kenny Clarke. Com um pé no folclore natal e outro no bebop, Dusko Goykovich tem uma sonoridade que muito me lembra Art Farmer misturado com, vejam só, Clifford Brown! Claro que sua leitura é mais moderna, podendo ser enquadrado com tranquilidade no post bop dentro de uma linha neo-tradicinalista semelhante à escola de Wynton Marsalis. Mas uma coisa é certa em sua música: a alma negra está lá. Quem aprecia um tropete de primeira, com um pé na tradição e outro na inteligência, pode ouvir Dusko sem medo. No Brazil Jazzseen deixo a faixa No More Blues retirada do álbum Samba do Mar, lançado pela Enja em 2003. Afinal: qual a cor das bochechas de Dusko Goykovich?”

Ouço embevecido o álbum Soul Connection de 93, com Tommy Flanagan e outras feras q a preguiça por hora se encarrega de não me deixar pesquisar. O fato é só um: se sei algo mais sobre Dusko por vossa causa. É sempre assim, eu posso descobrir sozinho o músico, mas se ele for relevante, a responsa é vossa por mais informações a respeito. Jamais deixarei de lhe ser grato.

Esse comentário só transportei de lá (sergio sônico) pra cá. Aí, chego aqui... "Meet Mr. Gordon"! Mais uma lição a aprender.

Abraços!

Sergio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
edú disse...

O grande especialista brasileiro de jazz , Luiz Carlos Antunes, para os intimos ou não, Mestre Llulla, gosta muito de Gordon.Seu descobrimento, devo a ele.

John Lester disse...

Prezados amigos, embora os exageros sejam constantes, agradeço a presença de tão seletos navegantes.

E se alguém aprende alguma coisa aqui, Mr. Sônico, sou eu.

Grande abraço, JL.

figbatera disse...

Muito modesto, esse Lester.
Com suas aulas eu tbm continuo descobrinho e aprendendo muito por aqui.
Agora, puxa vida, o cara morrer aos 27 anos... como o mundo perdeu grandes músicos por causa de acidentes, drogas e mulheres malucas, né?

thiago disse...

tromba nociva

Sandra Leite disse...

estava com saudades do Jazz...

Bom vir aqui e conhecer novas ondas sonoras

beijos

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